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O Resgate do Soldado Ryan - Saving Private Ryan (1998)

3 participantes

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Marcelo

Marcelo
Moderador
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4º filme escolhido para ser assistido no Projeto Clube do Filme


Sinopse

Ao desembarcar na Normandia, no dia 6 de junho de 1944, capitão Miller (Tom Hanks) recebe a missão de comandar um grupo do segundo batalhão para o resgate do soldado James Ryan, caçula de quatro irmãos, dentre os quais três morreram em combate. Por ordens do chefe George C. Marshall, eles precisam procurar o soldado e garantir o seu retorno, com vida, para casa.

Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Robert Rodat

Duração 169mins



Elenco:

Tom Hanks
Matt Damon
Tom Sizemore
Vin Diesel
Ted Danson
Paul Giamatti

Premiações:

5 Oscars: Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhor Edição
32º no ranking atual top 250 IMDB

Curiosidades:

- Edward Norton recebeu uma oferta para interpretar o soldado Ryan, mas ele não aceitou o papel.

- Todos os atores principais fizeram treinamento de armas, com exceção de Matt Damon, que foi poupado para que os seus colegas utilizassem o ressentimento do set para as cenas dos filme.



Fonte: adorocinema, IMDB.

Tiago Bueno

Tiago Bueno
Membro Platina
Membro Platina

Na minha humilde opinião, o melhor e mais importante filme de guerra já feito. Pela primeira vez, temos noção da verdadeira magnitude de uma guerra, da destruição e da devastação decorrentes dela.
Destruição não apenas de cidades, mas, principalmente, de vidas, de sonhos, da humanidade dos soldados, que se perde diante de tanto horror. Em um outro filme de guerra do Spielberg, um personagem diz "A guerra tira tudo, de todos''. O preço que se paga nem é sempre é a vida. Muitas vezes o impacto emocional e psicológico é tão arrasador quanto a morte. O próprio Capitão Miller atesta isso, reconhecendo a perda de sua identidade, pois os soldados sob seu comando não fazem ideia de onde ele é, o que fazia antes da guerra. Descobrir que ele era um singelo professor causou espanto entre os soldados, enquanto que em sua cidade natal isso não era surpresa alguma. Em 3 anos a guerra o mudou completamente.

E temos ainda questões centrais da história que permeiam todo o filme: Por que arriscar 8 vidas para salvar apenas uma? Por que a vida dele vale mais do que a de oito soldados? O filme nos apresenta um motivo, uma resposta: Uma mãe já perdeu três filhos em combate. Não obstante a isto, devemos nos indagar: Esse motivo é realmente válido? Com intuito de amenizar o sofrimento de uma mãe que já perdeu três filhos para a guerra, é moralmente aceitável colocar em prantos as mães, esposas e filhos de todos que saíram em resgate do soldado Rayn? O General mensurou o sofrimento, o valor da morte. Isso é algo mensurável? Defendo a posição do General. Se perder um filho é uma tragédia imensa, imagine perder três. É algo difícil, possivelmente impossível, de se imaginar. Obviamente que é fácil para o General, seguro em seu escritório, fazer essa conta e ordenar a missão. Assim como é fácil para mim, no conforto do meu sofá, dizer que o apoio. Como diz o ditado ''Pimenta no dos outros é refresco''. Mas e se eu realmente fosse um soldado e tivesse que pegar meu equipamento e sair caçando esse cara? Ainda acharia que o sofrimento da mãe dele merece ser apaziguado? Estaria disposto a sacrificar minha vida para isso? Possivelmente não. Não há respostas simples para questões tão complexas. E assim como quem assiste, os soldados não enxergam a lógica dessa situação.

Mas como diz um trecho de um poema citado pelo covarde Upham ''There's not to reason why, there's but to do and die''. Ou seja, os soldados, independentemente de quaisquer dúvidas, tem um dever a cumprir. Ainda que não há aparente lógica nessa missão, ainda que pareça suicídio, como soldados, só lhes resta obedecer e morrer. Poha, isso chega a ser poético. Nisso reside a beleza das forças armadas. Essa complacência de cumprir o seu juramento, o seu dever, não importa qual seja. E com isso não quero dizer que esses caras eram patriotas fanáticos. Muito pelo contrário. Ninguém queria estar ali. O filme mostra que essa virtude advém, não apenas do dever para com a pátria, mas dos laços de irmandade entre os homens, da coragem de ajudar o seu amigo de guerra. No fim, o maior dos sacrifícios é feito em nome da honra, de princípios e de amizade.

O interessante também é que na Segunda Guerra Mundial havia um clima de luta pela liberdade, luta contra a tirania. O que faz com que O Resgate do Soldado Ryan seja a perfeita homenagem à todos aqueles que deram sua vida em qualquer guerra. Na Segunda Guerra Mundial não houve interesses obscuros por trás de boas intenções, não é como o Vietnam, ou a Guerra do Iraque, na qual as pessoas sempre desconfiaram dos motivos e da validade da guerra. Aqui é a boa, velha e inspiradora luta do bem contra o mal (nazismo). Liberdade versus tirania. Acredito ser este um dos principais motivos que faz o filme ser tão admirado.

Não dá pra esquecer também da qualidade técnica absurda do filme. Batalhas épicas, realistas, chocantes e emocionantes. A câmera trêmula do Spielberg te coloca dentro do combate. A invasão da Normandia é icônica. A recriação da época, dos uniformes e armas, das cidades destruídas, tudo é incrível. Poucos filmes são tão influentes quanto este. Praticamente tudo o que veio depois sobre guerra replicou as virtudes técnicas de O Resgate do Soldado Ryan, de filmes e séries de TV à games.

Nada disso funcionaria sem um elenco tão bom quanto este e um Tom Hanks em seu auge para nos importarmos e torcermos.

Já perdi a conta de quantas vezes assisti este filme. Talvez umas 12. E continua fantástico. Sem dúvida um dos melhores filmes de todos os tempos. Um marco na história do cinema.

Heitor

Heitor
Moderador
Moderador

Hoje completa 70 anos da vitória sobre os nazistas... Nada como preparar tudo com antecedência para cair na data certa... Na cagada! hahaha

http://molungus.blogspot.com.br/

Heitor

Heitor
Moderador
Moderador

“Nenhuma boa ação fica impune.”
Desde que eu assisti a esse filme pela primeira vez, a frase “nenhuma boa ação fica impune” vem sempre em minha mente. O filme tem um momento que essa frase ecoa pela cena. Voltarei a comentar mais tarde sobre esse momento.

O que dizer da cena épica do desembarque das tropas aliadas em O Resgate do Soldado Ryan? Tem como não enaltecer o roteiro que te insere em um combate de guerra, e de uma direção que te leva ao conflito, que faz com que a câmera desnorteada durante todo o desembarque seja nós durante essa batalha?

Qualquer guerra tem sua crueldade, mas deve ser muito mais cruel para aqueles que sabem que serão os primeiros a desembarcarem. Saber que não há escapatória deve trazer um sentimento horrível. E vendo aquelas soldado servindo de escudo traz um desespero.

Enquanto no front, as mortes são em milhares, no continente americano, os burocratas decidem e selam destinos. E a questão moral abordada pelo pequeno grupo especial que é designado para resgatar o soldado Ryan, que perdera os três irmãos em batalha, é pertinente, pois aqueles senhores não deveriam usar oito vidas, como se elas fossem menos importantes do que a de Ryan. Por mais que uma mãe tenha perdido três filhos. Para azar daqueles oitos, eles estavam fazendo um favor à relações públicas do governo americano, que omitiria o esforço e o gasto de vidas para poder ficar bem com a opinião pública. E como sabemos, o povo americano ajudava os esforços de guerra comprando títulos do governo. Isso ajudou e muito a insuflar a máquina bélica americana.

Como tudo filmado pelos norte-americanos, a lição de moral se encontra presente.

A morte do personagem do Vin Diesel foi importante para mostrar que não se deve desrespeitar uma ordem superior, que há consequências e ele a pagou com a própria vida.

Uma das coisas que chocam na guerra, é que a morte, pelo menos nesse filme, não tem tempo de ser sentida. Há um nível de urgência, e eles precisam seguir em frente. Os sentimentos são deixado de lado e aquele seu camarada que te salvou em poucos minutos pode deixar de existir, e você precisa continuar, pois o objetivo precisa ser alcançado.

Upham foi a escolha errada. Capitão Miller certamente não estava se precavendo, e escolheu um covarde de mão cheia. Desde o princípio em tela, o tradutor mostrou-se um obstáculo para o cumprimento de algumas tarefas eminentes em uma guerra.

“A cada escolha, uma perda.”, a frase encaixa-se perfeitamente com a cena que vai ser importante para o desfecho final. Quando o soldado alemão é feito refém, Upham exige que eles sigam o código de guerra. Inimigo rendido deve se tornar prisioneiro. Há um embate entre o pequeno grupo, e depois dessa acalorada discussão, o capitão decide que o alemão deve se render na próxima base aliada que fica próxima de onde eles se encontravam e o deixam ir. Miller revela ser um professor, logo um homem de humanas. Upham é um homem que acredita na força das ideias humanas, e nas regras estabelecidas. O que ele não compreende é que essa escolha causará uma perda grande.

Em uma guerra, os crimes são sempre cometidos pelos derrotados. Logo, as infrações sobre o código de guerra ficam a parte quando o vencedor é quem dita a punição. Mencionado isso, o que Upham e Miller fizeram é louvável do ponto ético, mas na guerra é matar ou morrer. E ao respeitar a ética e ter a boa ação de permitir que o soldado alemão partisse vivo, eles selaram o destino do grupo. O alemão retorna para tomar a ponte dos americanos, e o soldado Mellish é morto à facada, Upham covardemente se esquiva e novamente o deixa partir, e assim decreta a derrocada capitão Miller. Somente depois que ele percebe todos os erros que ele cometeu em ser ético em uma guerra é que Upham decidiu usar a arma para render alguém.

A atitude de Ryan foi tão altruísta quanto mesquinha. Ele desrespeitou o alto comando que o exigia, assim como o grupo que foi resgatá-lo.

Quanto a Steven Spielberg, ele fez outros bons filmes depois e O Resgate do Soldado Ryan, mas nenhum tão marcante. Talvez a gente tenha visto a última grande obra prima do Spielberg, porem eu espero que não. Torço para que ele nos entregue outra obra que nos faça refletir quanto este filme.

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